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Livros espetaculares (mesmo!) para o Ciclo sobre a Liberdade

Sara Amado
Fotografia de cena do espetáculo Eli & Rio, em que a actriz olha um livro aberto acima da cabeça.

No LU.CA, neste mês de abril, fala-se de liberdade. E não pode ser por acaso: há 45 anos, em Portugal, no dia 25 de abril, houve uma revolução onde a palavra de ordem foi Liberdade.

As revoluções são necessárias, embora muitas vezes desconcertantes e dolorosas.  Por dentro do tempo, as coisas tendem a ficar difusas e embaraçadas. Por isso, é bom conhecer o passado e não voltarmos aos mesmos erros.

Nada melhor que uma boa história, para nos explicar a História. Como as destes livros — palavrosos e silenciosos, didáticos e sonhadores, panfletários e poéticos, divertidos e muito sérios — que nos mostram de maneiras diferentes o que é a liberdade e porque é que precisamos tanto dela para construirmos um mundo justo.

Viva a Liberdade!

 

DAQUI NINGUÉM PASSA, Ed. Planeta Tangerina, Isabel Minhós Martins e Bernardo P. Carvalho

Um livro é um objeto que podemos pegar nas mãos, mas é também um lugar habitado por personagens e histórias. O espaço entre a página da esquerda e a página da direita é uma linha fina, mas importante, porque pode separar, criar uma fronteira.

Estamos habituados a ver páginas em branco nos cadernos, mas não nos livros. Nos livros, as páginas estão normalmente cheias — de cores, de letras, de personagens, de histórias.

Neste livro também há imensas personagens. Mas, olha, alguém proibiu os habitantes deste livro de usarem a página da direita. Estão todos confinados à página esquerda. E porquê? Porque o General disse que não se pode usar a da direita. Proibiu. Porque sim. E o guarda guarda-a. Mas não parece justo, pois não?

Um acaso faz a bola passar para o outro lado. E agora? Será que o guarda terá coragem de ser o herói desta história?

A REVOLUÇÃO, Ed. Alfaguara, Slawomir Mrozek e Tiago Galo

“Quem está mal, muda-se” é um ditado português.

Este homem está cansado do seu quarto. Sempre esteve assim. Aborrece-se porque tudo está sempre no mesmo sítio: a cama, a mesa, o armário. De modo que resolveu mudar: é um inconformista. Experimentou e não gostou, porque nem sempre se muda para melhor.

Por vezes, ser inconformista não basta e há que ser mais radical se queremos realmente mudar qualquer coisa de significativo. De inconformista passa a vanguardista. E daí a revolucionário é só um salto.

As revoluções são muitas vezes necessárias para mudar o que não nos parece bem. E se, no fim, às vezes, tudo parece na mesma, desenganem-se: alguma coisa já mudou em nós, pelo caminho.

 

O QUE PODE SER A DEMOCRACIA, Ed. Orfeu Mini, Equipo Plantel e Marta Pina
É ASSIM A DITADURA, Ed. Orfeu Mini, Equipo Plantel e Mikel Casal

Gosto que um destes títulos seja uma pergunta, em aberto, em construção, e o outro seja uma afirmação, fechada, autoritária, definitiva. Porque, não sendo a democracia um sistema perfeito, nela há espaço e liberdade para que se possa continuar a desenhar e a construir um mundo melhor. Já a ditadura é o que é: a vontade de um indivíduo a aniquilar a vontade e a possibilidade de vida dos outros. Queres perceber melhor?

Não te esqueças de responder aos questionários no fim de cada livro!

 

 

OVO, Ed. Magericon, Amir-Alexandros Afendras

Por vezes, não sabemos bem o que nos espera fora das nossas fronteiras, mas, mesmo assim, ansiamos por liberdade e queremos ser donos do nosso destino — ou assim pensamos.

Este ovo não se conformou em ir parar ao bolo, de modo que resolveu correr mundo para se descobrir. É que um ovo é uma coisa pequenina e fechada — até a palavra é capicua, à volta de si própria! —, mas também é das coisas mais extraordinárias da natureza.

 

ERA UMA VEZ O 25 DE ABRIL , Alfaguara., José Fanha

Foi há 45 anos, às 7 da manhã, do dia 25 de abril, que tudo começou com uma canção. Mas, na verdade, dois anos antes, as coisas já começavam a mexer. MFA, PIDE, Grândola, regime, censura, ditadura, cravos, democracia, independência e resistência: estas são algumas das palavras que neste livro aparecem desenhadas em letras grandes e coloridas, como se fossem de um cartaz. Era uma vez — foi uma vez, num dia 25 de abril, e, como provavelmente ainda não tinhas nascido, aqui tens um relato para conheceres um pouco desta História.

 

CAGED, Tiny Owl Publishing Ldt., Ducan Annand

Enquanto constrói o seu ninho, ramo a ramo, o passarinho azul assiste a uma outra construção: dois cavalheiros montam um objeto magnífico no lugar onde antes cresciam enormes árvores. Os tijolos habitados que empilham como legos, parecem pequenas prisões para para os papagaios de cores magníficas.
Não sei se fez de propósito e acho que os animais não sorriem, mas, na última página, vejo um sorriso pequenino no bico deste passarinho libertador. Não o vês também?