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Livros espetaculares (mesmo!) para o ciclo «As crianças, um teatro e uma cidade»

Sara Amado

Como cresce uma cidade? Como uma pessoa: primeiro bebé, depois criança, jovem, adulto, até chegar a ser bem velhinha, velhinha e muito sábia? A cidade nasceu antes da criança de hoje e também da de ontem, antes de nós e das nossas
crianças. Nasceu à roda de uma praça, de uma igreja, de duas árvores bonitas, de um conjunto de pessoas que se juntaram para viver… melhor.
A cidade também fica doente como nós? Tem feridas nos joelhos e dores de barriga? A cidade é um corpo e os corpos sofrem, de dor, sim, mas também de alegria! Há poluição no ar e barulho a mais, há buracos no chão e ruas cortadas.
Mas também há festa nas ruas, luzes brilhantes, que piscam como se fosse sempre Natal, e um burburinho permanente parecido com as cócegas que temos na barriga quando estamos desejosos de alguma coisa!

E as crianças na cidade, como vivem elas este louco parque de diversões com tantas regras, mas também tantas possibilidades? Por onde vagueia o seu pensamento enquanto vão presas nos bancos de trás das cápsulas-transportadoras?
Nas brincadeiras de filas intermináveis que alinham no tapete, os carros tocam-se sem que ninguém se zangue; são o outro lado do espelho do trânsito brutal da cidade. Carros que levantam voo do tapete — até onde? Também no tapete
desenham cidades, arranha-céus de legos — ou de livros! —, que empilham até baterem nos carros voadores. Na cidade, a linha do horizonte não é a direito, é recortada pelos edifícios (como o desenho dos dentes quando estão cada um a sua
altura, a crescer). Na brincadeira, pode ter o desenho exato da imaginação.
Como constroem a cidade, estas crianças? E como se constroem? Aqui ficam estas cinco histórias que, como a cidade e as crianças, também se constroem pela mão da
imaginação.

 

Popville, Ed. Bruaá, Joy Sorman, Anouck Boisrobert e Louis Rigaud

Como seria bonito ver nascer uma cidade. A primeira casa, a primeira árvore, a primeira rua, o primeiro carro, o primeiro menino que lá nasceu. Quando chegámos à vida, a cidade já lá estava. Mas repara com atenção como vai mudando a cada dia, a cada esquina, no novo café do bairro, na trotineta estacionada no passeio, no guindaste que puxa um edifício pelos suspensórios até ficar bem alto! Neste livro, tens a cadeira da frente para seres tu o construtor da cidade, para escolheres onde deves parar, onde e como queres viver. É só abrir a primeira página.

 

A montanha de livros mais alta do mundo, Ed. Jacarandá, Rocio Bonilla

Já todos quisemos voar e, quem já aterrou em Lisboa de avião, teve a sorte De poder ver a cidade de cima, como se fosse um desenho. A esse desenho visto assim, mesmo de cima, chama-se uma planta. Mas podemos voar de outras maneiras: viajar sem ser de avião, ver a cidade com outros olhos, viver a vida como mil personagens diferentes. Tudo é possível dentro da nossa cabeça e os livros são uma aventura que nos empurra para outras aventuras. Experimenta pegar Num para poderes ser um construtor. Um construtor do mundo!

 

Os livros do rei, Ed. Alfaguara, David Machado e Gonçalo Viana

E se, de repente, quem mandasse no país, na cidade, fosse uma criança? Na nossa História, isso aconteceu muitas vezes: reis que subiram ao trono ainda meninos. Mas era um pouco a fingir. Quem mandava de facto eram conselheiros já crescidos. Nesta história, também é um pequeno rei que sobe ao trono e tem, por primeira missão, reconstruir o reino destruído depois de um terramoto. O novo lugar que sonha para si e para os seus súbditos, concidadãos, vem dos livros que lia na sua biblioteca de príncipe encantado. Não é um lugar perfeito, mas é mesmo muito bom.

 

Siga a seta, Ed. Planeta Tangerina, Isabel Minhós Martins e Andrés Sandoval

A cidade está cheia de indicações, de sentidos obrigatórios, de sentidos proibidos. Maravilhosas terríveis setas que nos ajudam a orientar, mas que também nos obrigam a desviar caminho, a inverter a marcha, a parar. O que há no espaço entre as setas? Um rapaz decidiu desobedecer-lhes e aventurou-se entre elas, para lá delas. E depois de perceber o que andava a perder, andou pela cidade a trocar as setas de lugar. Imaginas o que aconteceu?

 

Amigos do peito, Ed. Bruaá, Cláudio Thebas e Violeta Lópiz

Amigos do peito são aqueles especiais. Na escola, sentamo-nos ao lado dos nossos amigos. As casas sentam-se ao lado das vizinhas, na rua. Mas nem sempre sabemos quem lá vive, quem lá ri, quem lá chora, como sabemos o que se passa com o nosso amigo. Nesta história, o mapa das ruas da cidade confunde-se com o mapa que todos temos dentro de nós, na nossa cabeça-coração. Nele, reconhecemos lugares e cores, cheiros e pessoas, guinchos dos travões dos automóveis e risos do vizinho de baixo. É isso, a cidade, a nossa cidade.