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Livros espetaculares (mesmo!) para o Ciclo Catarina Sobral

Sara Amado
Fotografia de atriz em cena

Escolher os livros para a Catarina é, antes de mais, escolher os livros da Catarina. A Catarina é daquelas pessoas mágicas que conseguem escrever histórias, desenhar histórias e depois dar-lhes vida. Aqui, no LU.CA, desenhou uma história na parede, uma que salta para cima do palco e outra que é uma estrela de cinema! As histórias da Catarina são divertidas e inquietantes, difíceis e apaixonantes. Fazem-nos rir, perguntar, pensar e sorrir. Nelas, nem tudo é o que parece, como no Universo. Depois de escolher sete livros da Catarina, pensei que gostariam de ter outros com que conversar. Arranjei então um par para cada um: são mais sete livros de outras pessoas (um deles até foi a Catarina que ilustrou!). Vieram à Biblioteca do Público fazer-nos rir, perguntar, pensar e sorrir. Estão todos juntos aqui, no mesmo espaço-tempo, e — parece impossível! — ficarão contigo muito tempo depois. São assim, as boas histórias: colam-se a nós até que, um dia, descobrimos que já fazem parte daquilo que somos.

 

Greve & O ponto

O ponto é uma coisa fundamental: o ponto de vista que defendemos, o ponto de fuga que nos ajuda a ver em perspetiva, o ponto final, o de interrogação, o de exclamação que usamos para nos expressar, o ponto que levamos quando partimos a cabeça, o ponto que ajuda o ator a não se esquecer do texto no teatro. Já pensaste bem? Afinal, o ponto não é assim uma coisa tão pequena e insignificante. O ponto pode ser, aliás, o ponto de partida, onde tudo começa, o primeiro dia do resto da tua vida!

 

O chapeleiro e o vento & O Museu do Pensamento

Nunca te disseram que a cabeça não serve só para usares um chapéu? Se nunca ouviste isto, é porque nunca te apanharam distraído, sem pensar em nada, ou concentrado, a pensar em nada. Estes dois livros passam-se numa chapelaria e ambos nos fazem pensar e sonhar. Se a cabeça guarda pensamentos e sonhos e os chapeleiros fazem chapéus, então eles são como guarda-joias. Sonhos e pensamentos são coisas bem preciosas que guardamos dentro da nossa cabeça, debaixo do chapéu. Mas, às vezes, temos de atirá-los ao vento!

 

O meu avô & Com o tempo

O tempo anda sempre a fugir: passa depressa quando queremos que passe devagar, nunca mais passa quando queremos que passe rápido. Mas é preciso saber aproveitá-lo bem porque, já reparaste?, ele não volta mesmo para trás. Há pessoas que se esquecem disso — os adultos, normalmente. Depois, quando crescem mais um bocadinho e são avós, por exemplo, voltam a lembrar-se de que é preciso agarrar o tempo com unhas e dentes, para que a vida não passe por nós sem que nos demos conta.

 

Achimpa & Inventando números

Ensinam-nos letras e ensinam-nos números. Ensinam-nos a escrever e a contar. Ensinam-nos que é de uma maneira e não de outra. Mas se resolvemos inventar, o que acontece? Há quem invente só por presunção, há quem invente por diversão. Bem, na maioria das vezes, o que acontece é só uma enorme confusão. Mas outras vezes — as boas vezes! —, o mundo vira-se numa nova direção e transforma-se numa coisa muito melhor.

 

Tão tão grande & Quando Teodoro encolheu

Crescer não é fácil. Às vezes, o corpo não nos obedece; outras vezes, nem parece nosso. Seja para cima ou para os lados, lá vai ele, sem aviso. E isso faz com que deixemos de reconhecer-nos. Outras vezes, até nos sentimos crescidos e felizes na nossa própria pele, mas parece que ninguém nos vê e sentimo-nos bem assim, pequeninos, quase invisíveis. Já te aconteceu?

 

Vazio & A casa que voou

Há quem passe toda a vida à procura de alguma coisa: ou da pessoa de quem mais gosta, ou daquilo que gosta mesmo de fazer, ou do lugar onde gostaria de viver. Às vezes, essa pessoa, trabalho ou lugar, está mesmo ali, debaixo do nosso nariz, e é só preciso um encontrão para nos abanar e percebermos, tchanã, que estava mesmo ali, debaixo do nosso nariz!

 

Impossível & Aqui Estamos Nós

Parece impossível, mas há vida na Terra, neste planeta azul a flutuar no espaço negro, negro. Se pensares bem, é mesmo incrível que não haja Vida em mais nenhum planeta; pelo menos que nós, aqui na Terra, saibamos. Isso faz de nós seres muito muito especiais. É tão bonito olhar um céu estrelado, ainda mais se pensarmos que somos feitos de estrelas. Mas aqui estamos nós, os “impossíveis”, e isso é um enorme mistério, o maior de todos. Temos, ao mesmo tempo, muita sorte e uma imensa responsabilidade de aqui estar. Não te esqueças disso.

 

Bibliografia

Greve, Catarina Sobral, ed. Orfeu Negro
O ponto, Peter H. Reynolds, trad. Miguel Gouveia, ed. Bruaá
O chapeleiro e o vento
, Catarina Sobral, ed. APCC
O Museu do Pensamento, Joana Bértholo, ilus. Pedro Semeano e Susana Diniz, ed. Caminho
O meu avô
, Catarina Sobral, ed. Orfeu Negro
Com o tempo, Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso, ed. Planeta Tangerina
Achimpa, Catarina Sobral, ed. Orfeu Negro
Inventando números, Gianni Rodari, ilus. Alessandro Sanna, trad. Xosé Ballesteros, ed. Kalandraka
Tão tão grande, Catarina Sobral, ed. Orfeu Negro
Quando Teodoro Encolheu, Florence Parry Heide, ilus. Edward Gorey
Vazio, Catarina Sobral, ed. Pato Lógico
A casa que voou, Davide Cali, ilus. Catarina Sobral, ed. Bruaá
Impossível
, Catarina Sobral, ed. Orfeu Negro
Aqui Estamos Nós, Apontamentos para viver no Planeta Terra, Oliver Jeffers, ed. Orfeu Negro

 

Fotografia: LU.CA/Alípio Padilha