Mãos na Massa
Informações técnicas
21 e 28 janeiro e 4 fevereiro: 18h30
1 hora (aproximadamente)
Descrição
A riqueza da comida é o que nos permite abordar questões da memória, produção e industrialização, nutrição e consumo, questões de género e classe.
Sinopse
“Meter as mãos na massa” significa envolver-se em alguma coisa, uma abordagem ativa em qualquer tarefa, é reconhecer – e recuperar – a ideia de que se está implicado em alguma atividade, quase sempre com prazer (ou pelo menos alguma energia). “Massa” traduz aqui essa ideia de iniciativa. Mas massa também pode traduzir a origem de tudo, como massa-mãe, a substância primordial a partir da qual nascem coisas, muitas vezes fermentadas, e muitas vezes em lenta elaboração. Queremos falar do mergulho que é meter as mãos na massa. A riqueza da comida é o que nos permite abordar e estudar questões da memória, produção e industrialização, nutrição e consumo, questões de género e classe. Neste ciclo de conversas, trazemos pessoas que, de uma forma ou de outra, trarão conhecimentos sobre estas e outras questões, cruzando saberes e deixando perguntas, que como sabemos, é o que mais importa numa conversa.
21 janeiro
Eu dou-te o arroz
com Vasco Ramos e Amor no Prato
Vasco Ramos, sociólogo, leva-nos numa viagem pelo estudo da comida, passando pelos lugares de comensalidade passageira e pelos tempos (e preparação) da comida do dia a dia e comida de festa. Algures nessa viagem encontramo-nos com o projeto Amor no Prato, da Serra das Minas, que durante a pandemia de covid-19 trabalhou na distribuição de cabazes, mas, mais importante, criou formas de recuperar receitas para que os ingredientes menos conhecidos não fossem desperdiçados, fazendo pontes entre o momento (mais ou menos) fugaz de degustação e a realização de livros de receitas que constituem agora património material.
28 janeiro
Vai sobrar para ti
com Joana Lucas (À Mesa) e André Carapinha (Mula Cooperativa)
Chamamos a antropóloga Joana Lucas, que participa no projeto À Mesa, para partilhar de que forma a comida constitui herança e matéria. Aqui cruza-se com o projeto da Mula Cooperativa, uma cantina que conta com a colaboração de André Carapinha. As cantinas são lugares perfeitos para abordar as relações formadas a partir da subversão das lógicas de lucro puro e também as lógicas associadas à carência. Mas são muito mais do que isso. A partir das cantinas podemos iniciar uma reflexão sobre consumo e desperdício, género e classe, memória e autenticidade, abordando questões que excedem o universo da cantina e tratando a comida como o assunto universal que é.
4 fevereiro
Planeta Simbiótico
com Ricardo R. Santos e Joana Duarte
Uma conversa entre o biólogo Ricardo R. Santos, que trabalha atualmente sobre a teoria da Planetary Health, e Joana Duarte, bióloga também, que criou o projeto Rota das Algas, que passa por praias e pelas algas que podemos comer – e os sabores que podemos descobrir. Através destas duas experiências vamos falar sobre como todas as matérias contaminam todas as matérias, e como a agricultura e as colheitas, as zoonoses e os bons tratos a animais, a proteção dos ecossistemas, devem operar em harmonia de forma a proteger todos os seres na Terra e, bom, a própria Terra.